17 de janeiro de 2010

JORNALISMO OU SHOW?

Acho que a maioria das pessoas não pensa nisso mas é bom a gente falar. Os meios de comunicação que fazem jornalismo precisam definir o que é evento da casa e o que é jornalismo informativo. A Globo por exemplo está adotando um recurso gráfico na imagens que "enfumaça" a logomarca de uma empresa que aparece na imagem. O raciocínio é que ela não admite a figuração de uma marca que ela julga fazer ali um merchandising. Ora, se a Globo vai a um evento para fazer uma cobertura jornalística ela tem que registrar o que está acontecendo de fato ali, naquele momento. Se existe uma marca, um identidade visual de quem quer que seja ela não pode "alterar" a realidade julgando que ali esteja se fazendo uma propaganda indevida.
Desta forma, ela a Globo (ou qualquer outro veículo), começa a se dar o direito de, através de recursos tecnológicos, alterar a imagem que vai ao ar baseada apenas em seus princípios, se esquecendo que ela detem uma concessão pública e que por isso tem o compromisso e o dever de informar de forma mais isenta possível.
Se não atentarmos para esse "pequeno detalhe" daqui a pouco começaremos a ver imagens "falsas" nos telejornais apenas para atender aos princípios internos das gerencias editoriais dos veículos.
A própria Globo já faz isso. Reparem agora em fevereiro, nas transmissões dos desfiles das escolas de samba do Rio, ao iniciar os desfiles há uma queima de fogos virtual que dá uma sensação muito mais impactante do que há de fato no evento em si. Alguns dirão: mas isso é pra embelezar o desfile. Mas eu direi: é função da Globo fazer isso, ou embelezar o desfile é função de quem o produz?
Outra situação hipotética é por exemplo é um jogo de futebol onde existem 10 mil pessoas nas arquibancadas e com um simples recurso de video este público se transforma em 50 mil apenas para a transmissão ficar "mais bonita".
Existe uma diferença que deve ser respeitada que é o show da grade (novela, mini-séries, shows etc.) da emissora e o evento (produzido por outros) ue ela está transmitindo ou cobrindo jornalisticamente.

2 comentários:

Talita disse...

Eu penso um pouco diferente. Se a cobertura é meramente jornalistica, não há porque a emissora em horário nobre divulgar as marcas de A ou B durante a cobertura. Não acredito que isso seja alterar a realidade.
Vale refletir na postura de quem está do lado de lá: vale adevisar microfones, paredes, chuteiras, para conseguir mídia espontânea? Será que essas empresas não estão querendo aparecer custe o que custar? Daqui a pouco as marcas vão fazer cartazes pro Galvão Bueno e se infiltrar nas torcidas querendo visibilidade. As marcas hoje não querem só estar na mídia, querem ser a própria mídia. Acho que vale um post sobre isso.

Bjs

Talita disse...

completando: as chamadas salas de imprensa ,estão se tornando salas de propaganda