11 de julho de 2011

A MARCA E A FALTA DE PROPAGANDA


Quem acompanha a Fórmula 1 já sabe mas como a F1 não um assunto, digamos, de todas as rodas, vai uma explicação: a maioria das pessoas conhece a Lotus preta de Emerson Fittipadi e Ayrton Senna certo? Ok. Este carro era preto e dourado por conta do patrocínio dos cigarros John Player Special - JPS. Este carro é considerado como um dos carros de corrida mais bonitos de todos os tempos. É verdade.
Com a proibição de publicidade de tabaco na maior parte do mundo e em especial associada aos esportes, as cores preto e dourada do carro passaram a ser associadas à equipe Lotus e não mais a JPS. Prova disso é o que vem acontecendo na F1 atual onde duas equipes (Renault e F1 Malaysia) disputam o direito de usar o nome Lotus em suas equipes. Explica-se: a antiga equipe Lotus de corrida acabou mas a marca ficou ou foi vendida a terceiros, o que explica agora esta disputa pelo seu uso por outras equipes da F1.
Enquanto a disputa nos tribunais não é finalizada, cada equipe adota estratégias para incorporar a marca Lotus a si mesma. Na F1 Malaysia foi adotado as cores verde e amarelo (cores oficiais da Lotus antiga pré patrocínio da JPS). Na Renault foi adotado as cores preta e dourada (cores da JPS que ficou definitivamente associada à Lotus desde 1972).
O que quero demonstrar neste caso é a relação entre percepção de marca versus publicidade. Como a JPS ficou impossibilitada ao londo de anos de fazer publicidade, uma de suas características mais fortes (as cores) ficou associada mais à equipe Lotus do que a ela mesma e por isso foi usada pela equipe Renault na tentativa de chamar para si a percepção de que ela, a Renault, é a "reencarnação" da antiga equipe Lotus e não a F1 Malaysia.
Construção de marca, percepção de marca e comunicação são coisas diretamente associadas e que não podem ser desconsideradas na gestão de qualquer empresa.